A série “Memórias da ditadura” reúne percursos por locais de São Paulo que guardam lembranças de acontecimentos relevantes na história da ditadura militar brasileira (1964-1985).
Desde sua criação, a Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras (FFCL-USP) travou uma luta por um espaço universitário, social e físico para se instalar. A transferência da Faculdade para a Rua Maria Antônia, em fins dos anos quarenta, trouxe intensas transformações para o antigo bairro residencial da Vila Buarque, embora esse bairro já sediasse a Universidade Mackenzie, a Escola de Sociologia e Política e a Faculdade de Economia (na Dr. Vila Nova).
A chegada dos novos estudantes representou quase que uma primeira experiência de implantação de um campus universitário no coração da cidade, onde o saguão do prédio era o fórum fervilhante de todas as atividades estudantis em São Paulo. Efetivamente, antes do dramatismo de se tornar o lugar onde se feriu a batalha simbólica da esquerda e da direita, em 1968, a Maria Antônia foi o espaço das grandes transformações políticas, sociais e culturais das gerações que por lá passaram.
O ano de 1968, "o ano que não acabou", ficou marcado na história mundial e na do Brasil como um momento de grande contestação da política e dos costumes. O movimento estudantil celebrizou-se como protesto dos jovens contra a política tradicional, mas principalmente como demanda por novas liberdades.
por Giovanna Fluminhan e Ricardo Assumpção
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